sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ícaro, Dédalo e as famosas asas

Entre muitos dos registros que encontrei, muito embora, eles sejam todos muito resumidos e similares, achei este comentado, que pode ser bastante interessante, para abrir uma discussão, ou apenas ser o começo de uma reflexão, sobre o vôo.Ele levanta a ousadia de Ícaro (tão necessária para alçar novos vôos e mais altos) e a prudência de Dédalo (tão necessária para depois de estar no alto, não despencar) também interessante o que ele fala das asas como podendo ser as da imaginação que tentando obter o que parece impossível, acaba criando novos e ousados caminhos para novos e ousados objetivos. Lembrando que a pergunta que ficou, da nossa conversa sobre-voar, é "Por que escolhemos voar?", ousado? Para mim Santos Dumont é um grande motivo, mas podemos falar da ousadia de Ícaro( que para mim, é maior em Dédalo, que se deparou com um problema e buscou alternativa para resolvê-lo, mesmo que parecesse impossível, e que ele não desistiu) , aliás como Alberto. Podemos dizer também que as nossas asas que não conseguem ficar em terra firme, que precisamos do vento batendo em nossa cara...Bem aí fica um start(não stop..he) para esta nova viagem pelos ares!Testando nossa ousadia, prudência, desejo, força, razão.........


Icaro, Dédalo, e as famosas asas

O mito de Ícaro, e suas asas, é um dos mais famosos da Mitologia Grega. Segue-se um pequeno resumo do mesmo:Dédalo era um soberbo inventor, que trabalhava vulgarmente com o seu sobrinho Talo, do qual estava encarregado da educação.Talo, um dia, após passear pela praia, viu o esqueleto de um peixe, forma na qual se viria a inspirar para criar a primeira serra. Com alguma inveja, Dédalo tentou matar este seu sobrinho, atirando-o de um sítio alto. Contudo, antes que atingisse o chão, os deuses interviriam, e o jovem foi transformado numa perdiz, que voou para evitar a desgraça iminente.Culpado de homicídio, Dédalo foi obrigado a abandonar a cidade natal, indo refugiar-se em Creta, a ilha do famoso rei Minos . Aí, foi incumbido de construir um labirinto, onde o famoso Minotauro viria a ser aprisionado.Seria, mais tarde, impedido de deixar esta ilha, altura em que concebeu a sua mais famosa invenção, umas asas que lhe permitiriam voar. Pretendia, juntamente com o filho, usá-las para escapar da ilha. No entanto, as coisas não iriam correr bem para o pequeno Ícaro. Ignorando os conselhos de Dédalo, voou demasiado alto, o que fez com que a cera que prendia as asas derretesse, precipitando-o no mar. Quando a Dédalo, escapou da sua prisão e passou a viver na ilha da Sicília.Apesar deste mito apresentar diversos pormenores bastante interessantes, é sempre dada especial relevância às asas usadas pelos dois heróis. Somente muitos séculos mais tarde é que a humanidade foi capaz de cruzar os céus, mas ainda hoje se podem entender estas asas como sendo as da imaginação humana que, ao tentar obter o que lhe parece impossível, acaba sempre por criar novos, e mais ousados, objectivos.Ainda assim, é preciso ter algum cuidado com a forma como se pretendem alcançar esses propósitos - quiçá para tentar equiparar-se a Hélio, Ícaro voou mais alto, uma acção impensada que o precipitou para um mar eterno. Tendo o mito em mente, torna-se mais claro que os os humanos deverão, também eles, pensar nas consequências reais dos seus actos.Contudo, existe ainda um outro pormenor que deve ser analisado. Contrariamente à parte final do mito, em que Dédalo é mostrado como um genial inventor, o episódio que leva à sua expulsão de Atenas é o de um mero mortal. Contrariamente ao que sucede com Orfeu, Herácles ou Odisseu , Dédalo é mostrado como alguém com falhas humanas, entre elas a inveja. Tendo em conta que é esta a mesma figura que, anos mais tarde, incita Ícaro a um prudência certamente adquirida com o avançar da idade, surge-nos uma interessante dualidade - tem-se a curiosidade juvenil de Ícaro, oposta à experiência de um maduro Dédalo, que parece ter aprendido com os erros do passado.Enquanto que a ousadia de Ícaro é certamente um dos mais importantes aspectos da mente humana, é também necessário viver com a prudência de Dédalo, sem a qual algumas decisões se podem tornar muito perigosas. Há que saber quando se deve arriscar e quando se devem retrair os impulsos curiosos, e acaba por ser essa uma das mais importantes lições a tirar deste mito.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Elegi os 8 inventos do Santos Dumond, os inventos estão em ordem aleatória.

1- Demoiselle – aperfeiçoou o avião, queria também que Demoiselle popularizasse a aviação. Eram leves baratos e Dumond disponibilizava para qualquer um que interessasse o projeto.
2- Relógio de pulso – interessante, pois um invento puxou o outro. O relógio de pulso é um filhote do avião, e nem por isso se parece com ele, e nem por isso tem haver diretamente com aviação.
3- Brasil – O primeiro balão que Dumond, dócil, pequeno... e de nome BRASIL.
4- Hangar com porta de correr – Além de inventar o avião, inventou uma casa para o avião. E com portas super modernas!
5- N1 – O primeiro dirigível do Dumond, com ele queria controlar o vôo, dirigibilidade, e foi desacreditado pela forma que imaginou o seu dirigível. O N1 quase matou Dumond, mas nem por isso desistiu dos seus inventos.
6- Moda – Santos Dumond no amplo sentido da palavra inventava moda. Desde de ‘aeronave mais pesada que o ar?’, ‘Balão com motor’, ‘Desmontar carros para ver como funciona?’, ‘Deixar uma mulher pilotar seus inventos’. Até usar colarinhos altos e brancos ou um estiloso chapéu panamá moldado pelo carburador do dirigível número 9.
7- 14 Bis – voou com uma máquina mais pesada que o ar. Da Vinci teve ter tido orgulho do colega.
8- Fé – para si mesmo. Inventou de usar a medalhinha de São Bento que a Princesa Isabel deu para ele depois de uma queda. Inventou de ter fé em tudo que acreditava. Pena que um dia ele esqueceu que inventou a fé para si. E desistiu para sempre de inventar.

E agora os 8 valores relacionados a Santos Dumond, também em ordem aleatória:

1- Resiliência
2- Fé
3- Acreditar em si mesmo.
4- Construir seus sonhos
5- Sempre é tempo de brincar
6- Não desistir, apesar dos obstáculos
7- Lembrar da suas origens
8- Generosidade e desapego.

Texto poético 09/03/2009

Alguns dos meus textos produzidos no ensaio de 09/03/2009

"Dizem que um Sonhador nunca vai ser alguma coisa. É verdade! Um Sonhador simplesmente já é. Eu, por exemplo, já vôo. Só estou me preparando pra tirar os pés do chão."

"Sonho é uma vontade que nunca passa.Uma vontade que nunca envelhece. Na verdade ele é um eterno bebezinho, e o chorinho desse bebê é um despertador que faz a gente acordar pra dentro."

"Prender sonhos é como segurar o pum. Vamos ficando pesados, incomodados. E não adianta! Uma hora ou outra ele vai sair voando sozinho."

"É o sonho que faz a gente acordar de manhã cedinho.
É o sonho que faz a gente aguentar mais um pouquinho.
É o sonho que faz atleta levar bolada e segurar o choro para continuar.
É o sonho que faz bailarina levar tombão e continuar dançando.
É o sonho que faz gordinho fazer dieta, e magrinho raspar o prato.
É o sonho que transforma sacrifício em ofício." (preciso finalizar)

terça-feira, 19 de maio de 2009

8X8

No ensaio do dia 06/05 apresentamos nossas listas de 8 inventos de Santos Dumont e 8 valores humanos em associação. Isso já mostra onde as idéias, ou pelo menos a idéia que cada um faz de "SD"(Esta abreviação é usada em vários sites que narram a biografia de Santos Dumont ou descrevem seus feitos à humanidade, por isso, pela praticidade e por achar simpático resolvi usar também.) Enfim, lá vão meus 8 (por ser o número da superstição de SD) inventos e valores:
1 Inspirado nos livros de Júlio Verne, SD inventou de inventar. Com isso, podemos falar de valorização à leitura e semeadura de sonhos.
2 Inventou de ir à França. Um golpe de iniciativa em busca da concretização de seu ideal. Ele sabia o que queria e não esperou muito para mostar que não basta querer, há que realizar.
3 Na França, entre um invento e outro, inventou moda com seu chapéu panamá amassado, seu colarinho alto, seus ternos alinhados e seu bigodinho de "molhar na sopa". O valor da criatividade que animava até o desalinho de uma uma queda.
4 Como bom brasileiro inventou o Brasil no estrangeiro, e diga-se, um bom Brasil! Um balão pequeno, redondo, o mais lindo, o Brasil. Para batizar o seu primeiro balão com este nome era preciso muita fé que esta terra iria levantar, sair do chão e aparecer aos olhos de todos.
5 De vento em vento, inventou , inventou e ventou muito. Quanta persistência!
6 Inventou o Avião. Primeiro colocou asas no balão, depois inovou e tirou a grande bola de gás e fez o grande pássaro correr e decolar.
7 Saudades de casa, da família, valorizando a terra natal, sua raíz, inventou de voltar pra casa.
8 Não se sabe bem os porquês mas ele inventou de voar, sem balão, sem avião, um pulinho e tirou os pés do chão e voou, voou... na vida fingiu coragem e enfrentou o perigo, até não fingir mais e enfrentar a vida. Lá se foi SD, como um passarinho fugitivo da gaiola.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nosso grupo amadurece. O belo acontecendo diante de nossos olhos, ali, ao vivo e em cores. Ah! doce magia do teatro! Amo fazer teatro, essa forma viva de contar histórias, alimentada por carne, osso, idéias, ideais e o frescor do instante. Nosso grupo cresce a olhos vistos e meus olhos de arte educadora se emocionam ao acompanhar esse caminhar que se faz pouco a pouco, com muito suor e dedicação e também muitas renuncias, dores e amores. Tudo isso traz ao nosso grupo harmonia já nos primeiros improvisos, harmonia calcada no confiança que só se faz verdadeiramente em grupo. A beleza e a verdade caminhando juntas no processo de criação.

Nossa metodologia de trabalho, como sempre libertária, graças a Deus, agora propõe que cada ator conduza a criação de uma cena, baseada em todo o material estudado e sugerido pela direção, nos improvisos dos primeiros encontros marcados por uma atmosfera parecida ao que cada um de nos imagina como céu, propiciando muitos vôos e sonhos, em forma de danças, músicas e poemas. Aos nossos atores/diretores foi pedido também que estas cenas sejam criadas já com o máximo de informação que o grupo possa sugerir como proposta estética, figurinos, cenários, sonoplastia, coreografia . Aos poucos estas cenas vão encorpando nosso entendimento sobre o que temos a dizer à criança através das invenções de Santos Dumont, quem são estes personagens, quais são os seus conflitos e que ambiente eles habitam. A direção vai ajudando a definir todos estes caminhos a partir de tudo o que está sendo levantado, instigando os diretores/atores com freqüentes questionamentos e apontamentos sobre o que foi criado, suas relações com o material até então pesquisado e o que de novo surge a cada dia de trabalho. Criação coletiva ou concriação, termo freqüentemente utilizado na atual cena teatral contemporânea, levada a sério por um grupo que trabalha seis dias por semana, oito horas por dia, de forma absolutamente comprometida, buscando trazer a tona um artista consciente e consistente em seu repertório de gestos, pensamentos e posicionamentos diante do mundo que o cerca. Esse exercício de autonomia traz a todos a noção de que se existe algo a ser feito, é necessário que cada um o faça por si. Ninguém pode fazer nada no lugar do outro, todos precisam se colocar intelectual e artisticamente. Essa é a base que estamos construindo para o nosso grupo. E assim crescemos a cada dia, individualmente e em grupo.

Nossa história engatinha enquanto cada um de nós concentra toda a sua energia em prol da construção coletiva de mais uma obra teatral para a criança de todas as idades.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ensaio de 09/03/2009

Neste ensaio, cada um produziu um texto poético. Aqui está o meu:

Sou ar / Seguro nuvens fugitivas / Ligeiras a formar e desanuviar.

Mergulho , rodopio / Passo rente ao chão / Beijo suave o rosto do menino/ Dormindo a sombra do chorão.

Ao passar / Bailam cortinas rendadas e lisas / De janelas graciosas curiosas / De sorrisos escancarados.

Bato portas / Esfrio as tortas / Suave o tilintar dos sinos / Vezes passo, vezes fico.

Se desembesto e voyu / fogem gatos e perdais / Se não me bem querem / derrubo vasos e não volto mais.

Mas, se alegro meninos / seguro-os em meus dedos suaves / sacudo suas rabiolas no ar / Opa! Lá ficou mais um enrolado à torre da igreja.

No fim da rua / faço a curva e me vou / Seguro na lembrança o colorido / dos meninos e dos balões.

Sonhar e soar! / Sou ar, sou leve, movimento! / Passar, ficar, voar, pousar / Cata sonho! Cata vento!


segunda-feira, 9 de março de 2009

Voar é abraçar

SONHAR É AMAR O AR

Pra quem sonhar não consegue
e que tenta, mas não sai
eu vou abrir meu lindo leque
fazer um vento que nos diz: Vai!

Primeiro abra as suas asas
como aquelas do pavão
essas cheias de ar colorido
nossas asas da imaginação

Tudo o que nos faz sorrir
e que às vezes faz chorar
o que tem gosto de quero mais
deixo de querer jamais

Tudo isso é sonho.
Como, como, não me satisfaz
me encho com o seu recheio: é ar!
Me incho e começo a voar

Sonhar é assim
poder se lambuzar.
Sonhar é assim
voar e imaginar
Imaginar que a vida é doce
que tudo podemos alcançar

É dançar, é correr, é pular
é latir, é morder, é calar
é sorrir, cair e levantar
pegar um montão de ar

Voar é abraçar
Sonhar é amar
Amar o ar
Ar

Este foi o poema que escrevi no nosso primeiro dia de Criação, depois da maravilhosa experiência de SER NUVEM. Começamos com o pé direiro, ou com a asa direita...

Que venha o SOBREVOAR!

Primeiro dia: 09/03/09

É bom brincar, é bom lembrar a brincadeira, deixar o corpo falar, se expressar, deixar falar o coração. O primeiro dia começou bem, brincante, fomos núvens, estivemos as núvens, viramos chuva, voamos como chuva, voamos em grupo, sozinhos, voamos nas lembranças, de uma criança viva e balonística e sonhadora e divertida e criativa e ...

PLANO DE VÔO

VOAR É BOM, 
SONHAR TAMBÉM
TIRA OS PÉS DO CHÃO
E LEVA ALÉM

VIVER COM OS PÉS NA TERRA
AS VEZES ME TIRA DO SÉRIO
PRECISO ESTAR COM AS NÚVENS
NUM PLANO MAIS AÉREO

AS IDÉIA BORBULHAM, FERVILHAM, 
BALONEIAM
SINTO BALÕES ME SUBINDO
AS AVES AO OUVIDO, ME GORGEIAM 

RESPIRAR FUNDO É O SEGREDO
VOAR É BOM 
SONHAR TAMBÉM
NÃO TENHA MEDO

SONHO DORMINDO
SONHO ACORDADO
JÁ ESTOU ME SENTINDO
MEIO AERADO

TER PENAS AJUDA
QUE LINDAS PENAS TEM O PAVÃO
GALINHA É AVE E NÃO VÔA
TADINHOS, ESCOLHERAM VOAR NO CHÃO!

EU DESEJO O CÉU 
COMO A ABELHA DESEJA O MEL
ABELHA VÔA E NÃO TEM PENA
TALVEZ PORQUE SEJA LEVE E PEQUENA

O MEU VÔO É DIFERENTE
NÃO TEM NOME, NEM PATENTE
NEM É SONHO DE TODA A GENTE
NEM POR ISSO SOU DESCONTENTE

PARA ANDAR NAS NÚVENS
TEM QUE SER VALENTE
SE CAIR, LEVANTE
VÁ EM FRENTE!

FAZER DAS NÚVENS, URSOS
CARRINHOS OU  CARROSSEL
É UM DOM DE QUEM SABE 
LER AS LETRAS DO CÉU

O CÉU É UM GRANDE CADERNO
MEU CORPO É UM LÁPIS
QUE DESENHA NO AR
QUERO SER LIVRE, VOAR
QUERO SOBREVOAR

VOAR É BOM 
SONHAR TAMBÉM

OS SONHOS SEMPRE VIRAM 
REALIDADE
CRIANÇA, MOÇO, ADULTO
AH, INDEPENDE DA IDADE

SERÁ QUE SONHO ACABA?
SÓ SE A VIDA É INTERROMPIDA
AÍ PEGUE UMA ESCADA 
BEM GRANDE E COMPRIDA

NUNCA COMECE COM O PÉ ESQUERDO
SEMPRE TEM IMA SAÍDA
LÁ DE CIMA VEJA O PASSADO
VOOU ALTO? VOOU BAIXO?
NÃO VOOU DURANTE A VIDA?

VOAR É BOM 
SONHAR TAMBÉM

ALGUNS VOAM COM A CANETA
SONHAM COM OUTRO PLANETA
VEJÁ SÓ O PEQUENO PRÍNCIPE
VOOU NO RABO DE UM COMETA

O SONHO MAIS INOCENTE
É O DE UM NENÉM
O MAIS AUDACIOSO,
DE UM HOMEM DE BEM

SORTE, RESILIÊNCIA, 
QUEM TEM?
SONHOS DE UMA VIDA INTEIRA
NÃO CABEM NUM VINTÉM

SONHAR É BOM
VOAR TAMBÉM

EU SONHO COM O DIA
QUE A NOITE NUNCA TEM
SOZINHO OU ACOMPANHADO...
(GRITA!)
VOEI!!!

sábado, 7 de março de 2009

AS NUVENS, O AR E OS SONHOS

Gaston Bachelard, filósofo francês instiga a nossa imaginação aérea passeando sobre o onirismo do sonho de vôo no livro "O Ar e os Sonhos", do qual eu me ative ao capítulo "As Nuvens" por um interesse especial ao nosso momento e pelo improviso e roteiro realizado por mim e pela Moira em encontro do dia 27 de fevereiro. Encontro este, logo depois do carnaval, ou seja, com a cabeça ainda nas nuvens. No entanto, este livro, segundo a sinopse de Pablo Santos, nos induz a um contato grande, profundo e forte com a imaginação do ar, o que nos interessa muito. Segundo Bachelard, o ar é o único elemento que somente pode ser percebido pelo movimento, logo é a própria essência do movimento. Ainda estou em leitura, mas posto aqui outro trecho restante da sinopse citada acima e colocar a disposição, após a minha leitura, o xerox do capítulo "As Nuvens". Pode nos dar uma boa base filosófica.

"Mas não somente de sonhos aéreos está a imaginação do Ar. No interior
deste fantástico livro, (O Ar e os Sonhos) Gaston Bachelard nos traz um incrível exercício de cura das almas por meio da imaginação poética e por meio de um sonho acordado, em que sonhamos estar voando, saindo dos infernos de nossos medos e anseios, e indo até os céus de nossa consciência sonhadora."

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Pontos de partida

Quais são os nossos sonhos que contrapõe a realidade? Sonhos que transformam a realidade? O que queremos pra criança de hoje? A criança de hoje tem espaço pra sonhar? O que impede a criança de sonhar? O que impede a criança de acreditar na capacidade transformadora dos sonhos? Por que ao crescermos damos adeus a nossa capacidade imaginativa? Porque durante a noite, enquanto dormimos, a criança reprimida em cada um de nós, vem cobrar suas divagações através de nossos sonhos? Podemos concretizar os nossos sonhos? A criança de hoje tem muitas ou poucas oportunidades para brincar?
Com estas indagações, iniciamos o processo de pesquisa do projeto SOBREVOAR, desejando que elas possam ampliar nossa capacidade de nos recriar, de nos conhecer e superar nossas imperfeições na busca de evoluir, transformando-nos num ser humano melhor. Este é sem dúvida um sonho que queremos realizar: ser artista. Segundo Nagib Anderaos Neto no texto A Arte de Sonhar, ser artista é ser “artífice de si mesmo”, a arte de criar a si mesmo através do reconhecimento dos seus defeitos e imperfeições, deixando para traz velhos padrões de comportamento, arte das mais difíceis, recriando-se, tarefa para toda uma vida onde o primeiro aprendizado consiste em “querer melhorar, aprender e evoluir”. “Inspirados na obra maior que é a própria criação, o ser humano poderá transformar- se no autor e ator de seus próprios dias, dono de seu destino e artífice do futuro, dando um salto mortal sobre tudo que tem estreitado sua visão e endurecido o seu coração”.
Em nosso grupo de estudos vimos que a criança de hoje pouco inventa, já recebe seus brinquedos prontos e acabados restando-lhe poucas oportunidades do exercício tão prazeroso da infância que é inventar. Através da brincadeira a criança exercita sua capacidade de contextualização.
Já o livro Seis Tombos e um Pulinho de Claudio Fragata onde o autor nos conta a história de Santos Dumont baseado nos tombos do nosso herói até chegar ao seu grande invento, nos aponta que o tombo faz parte do processo de aprendizagem e a queda pode gerar impulso para um novo salto e se o salto anterior foi alto, o impacto com o solo será a projeção para um salto ainda maior. Esta é uma possibilidade fantástica de aprendizagem, o erro como parte natural deste processo amplificando o desejo da concretização. Então nos perguntamos: quais foram e são nossos tombos para um pulinho?
Inspirados na grandeza e pureza de Santos Dumont entendemos que para concretizarmos nossos sonhos é preciso resiliência: misto de resignação e persistência. O aprimoramento em prol da concretização dos sonhos versos a simplicidade de sonhar. O pensamento arte educativo contido no conceito de resiliência certamente norteará esta pesquisa cênica, procurando levar à criança de todas as idades, algo que a impulsione na concretização de seus sonhos. Oxalá possamos, com o nosso singelo Sobrevoar, tocar esses pequenos grandes corações, ajudando a construir um ser humano melhor! Portanto desejamos construir e inventar muitas maneiras de brincar e voar, enfrentando nossos medos e superando obstáculos.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Planando suavemente sobre a animação de objetos

Nos dias 17, 19, e 26 de fevereiro realizamos uma oficina de animação de objetos com Renato Perré e o que fica para mim desta experiência está além da técnica aplicada à manipulação do ser inanimado.
Animar é doar vida ao objeto, ao boneco, e receber dele, em troca, o aprendizado de "SER total" enquanto se está em cena, no curto espaço de uma história, de uma entrada e uma saída, no espaço de um respiro. É um soprar divino no barro e viver ao mesmo tempo o papel de criador e a criatura.
A sensibilidade de Renato Perré, mestre bonequeiro ou titiriteiro como preferem nostros hermanos, nos possibilitou dar o toque de midas na matéria pura de que dispunhamos e vislumbrar os sonhos possíveis desse sobrevoar lúdico sobre o terreno da abstração, manipulação e animação de objetos. Estamos gratos.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

IMAGENS DA OFICINA DE ANIMAÇÃO DE OBJETOS COM RENATO PERRÉ












UMA AULA COM RENATO PERRÉ



Ontem, 17 de fevereiro, os artistas do projeto SOBREVOAR - Santos Dumont para crianças, da Cia do Abração, tiveram a oportunidade de participar do primeiro de três encontros com o bonequeiro e presidente da Associação Brasileira de Bonequeiros, Renato Perré. Na Oficina de Animação, uma grande introdução ao universo lúdico dos objetos e à doação do artista no teatro de formas animadas.
O primeiro passo foi um aquecimento físico e emocional de grupo para este tipo de trabalho. Articulações e respiração acompanhados de olhares afetuosos e gargalhadas. Tudo preparando para uma boa conversa em grupo e uma entrevista a um dos colegas de elenco. Os artistas tiveram como tarefa entrevistar um parceiro e fazer algumas anotações que considerassem relevantes ao objetivo que era representar o colega através de objetos disponíveis na sala.
Boas e divertidas performances nasceram, contudo o foco era a descoberta de uma intimidade com os materiais em estado puro, bruto e sua transformação em objeto artístico e animado.
Vislumbramos uma boa continuidade e um grande aproveitamento desta oficina para nosso SOBREVOAR. Nosso aviãozinho está recebendo um bom aparato para sua tripulação, de modo que nosso voo seja o mais alto e belo nos ares.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PLANO DE VÔO

Estamos traçando nosso plano de vôo. Que terras queremos Sobrevoar com nossa nova obra para crianças de todas as idades. Por hora temos traçadas algumas metas para o processo de pré criação e produção: continuar com nosso grupo de estudos de sextas feiras aprofundando a pesquisa sobre Santos Dumont, iniciar com as oficinas de desenvolvimento e aprimoramento técnico e artístico com Eliane Campelli em Espaço Corpo Som, com Alysson Siqueira em Música, com Renato Perré em Animação, dentre outras que servirão ao condicionamento físico de nossos artistas, como Capoeira Angola com Lauro Borges. Enfim, nosso avião logo vai taxear na pista. Aguarde.

"O sonhador tem sempre uma nuvem a transformar. A nuvem nos ajuda a sonhar a transformação."

Gaston Bachelard