segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nosso grupo amadurece. O belo acontecendo diante de nossos olhos, ali, ao vivo e em cores. Ah! doce magia do teatro! Amo fazer teatro, essa forma viva de contar histórias, alimentada por carne, osso, idéias, ideais e o frescor do instante. Nosso grupo cresce a olhos vistos e meus olhos de arte educadora se emocionam ao acompanhar esse caminhar que se faz pouco a pouco, com muito suor e dedicação e também muitas renuncias, dores e amores. Tudo isso traz ao nosso grupo harmonia já nos primeiros improvisos, harmonia calcada no confiança que só se faz verdadeiramente em grupo. A beleza e a verdade caminhando juntas no processo de criação.

Nossa metodologia de trabalho, como sempre libertária, graças a Deus, agora propõe que cada ator conduza a criação de uma cena, baseada em todo o material estudado e sugerido pela direção, nos improvisos dos primeiros encontros marcados por uma atmosfera parecida ao que cada um de nos imagina como céu, propiciando muitos vôos e sonhos, em forma de danças, músicas e poemas. Aos nossos atores/diretores foi pedido também que estas cenas sejam criadas já com o máximo de informação que o grupo possa sugerir como proposta estética, figurinos, cenários, sonoplastia, coreografia . Aos poucos estas cenas vão encorpando nosso entendimento sobre o que temos a dizer à criança através das invenções de Santos Dumont, quem são estes personagens, quais são os seus conflitos e que ambiente eles habitam. A direção vai ajudando a definir todos estes caminhos a partir de tudo o que está sendo levantado, instigando os diretores/atores com freqüentes questionamentos e apontamentos sobre o que foi criado, suas relações com o material até então pesquisado e o que de novo surge a cada dia de trabalho. Criação coletiva ou concriação, termo freqüentemente utilizado na atual cena teatral contemporânea, levada a sério por um grupo que trabalha seis dias por semana, oito horas por dia, de forma absolutamente comprometida, buscando trazer a tona um artista consciente e consistente em seu repertório de gestos, pensamentos e posicionamentos diante do mundo que o cerca. Esse exercício de autonomia traz a todos a noção de que se existe algo a ser feito, é necessário que cada um o faça por si. Ninguém pode fazer nada no lugar do outro, todos precisam se colocar intelectual e artisticamente. Essa é a base que estamos construindo para o nosso grupo. E assim crescemos a cada dia, individualmente e em grupo.

Nossa história engatinha enquanto cada um de nós concentra toda a sua energia em prol da construção coletiva de mais uma obra teatral para a criança de todas as idades.

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"O sonhador tem sempre uma nuvem a transformar. A nuvem nos ajuda a sonhar a transformação."

Gaston Bachelard