Me pego a recordar como meus projetos, minhas invenções
Trouxeram outras idéias que compartilhei com outras nações
Conto a vocês talvez em forma de metáfora meu destino
Que antes nunca tinha percebido
Sobre a DÚVIDA criei o impossível
Fiz o homem voar no impulso de meu sentido
Sentido este que me faz aterrissar quando penso que as barreiras qualquer um pode ultrapassar.
Pois bem, este sentido parece meio complicado
Algo criado por um cientista, algo friamente calculado
Porém, eu diria que seria mais simples, algo mais leve
Como um sopro quente e breve
De uma brisa que as nuvens carregam
E as dores do SILÊNCIO levam
Eu me lembro muito bem
Numa tarde SILENCIOSA como qualquer outra
Cortado pelo zumbido de uma senhora bem louca
Era pequena, rápida, esguia e bela
Apresento a você sua alteza: LIBÉLULA
Talvez aquela tarde não teria sido tão diferente
Se não fosse aquelas lindas borboletas
Ao posar nas cheirosas violetas
Chamando atenção minha e de vossa alteza...
A leveza e a velocidade das borboletas
Formando desenhos intricados de rara beleza
Trouxeram felicidade a sua alteza
Porém ficou triste ao perceber
Que maltratavam um pequeno ser
Que lutava para ver o céu entre as folhagens da relva
Só para ver o céu mais de perto, talvez sair daquela selva...
- Porque queres voar pequenina?
Se é um pequeno inseto sem serventia?
Falou uma das borboletas
Quieta analisou-as, olhou novamente para o céu azulado
E decidiu que a elas iria dar o trocado
- Um dia inventarei asas pra voar
Elas não perdem por esperar...
Ali observando aquelas palavras fiquei sentado
Vendo aquela situação preferi não interferi e ficar calado
O pequeno ser era uma lagarta miúda verde e sem graça
Que a todos servia de piada.
Achava que os pássaros, as borboletas eram símbolo de LIBERDADE
E decidiu inventar asas para desvendar tal verdade...
- Como começar? Como fazer-me voar?
Indagou-se a pequena lagarta faceira
- Acho que vou começar com as folhas de bananeira
No qual sei que vão funcionar!
E vi a tentativa frustrada do pequeno a saltar!
E lá estava a ela no chão a esborrachar...
Neste momento quando todos riam de sua tentativa
Só pensava que poderia ter outra idéia noutro dia, e noutro dia...
Até que um dia pudesse a aposta conseguir.
Acompanhei todas as suas tentativas de abrir asas e sair
E num dia igual a este quando fui vê-la
Estava ela com um pequeno balão de teia
Feita pela dona Aranhia e suas amigas....
Ela estava voando, na altura dos pássaros
Acima das borboletas ao lado de sua alteza
LIBÉLULA também conhecida como princesa
Das águas e dos ares do reino das realezas...
Entendi sua alegria por todos aqueles olhares
De inveja, ou repreensão por ver que a lagartinha
Finalmente voar conseguiria...
Mas quando estava a pairar sobre as arvores
Sentiu uma dor estranha naquela tarde
E decidiu seu balão pousar...
Recolheu-se para sua casa, seu casulo
E de lá não quis voltar...
As borboletas, os pássaros e sua Alteza
Ficaram intrigados por tal estranheza
E decidiram visitar a lagarta para ver se a ela algo melhorava...
Nada mudou por semanas e eu fiquei ali tentado entender
O que estava acontecendo com aquele pequeno ser...
Num dia quando voltei da escola, voltei correndo pra ver
Se algo mudara naquele pequeno ser...
E sim....Havia uma grande festa pois surgira no meio da floresta
A borboleta mais linda que todos já tinham visto falar
Mas não pude acreditar que esta seria aquela pequena lagartinha a se transformar...
E neste momento de festa ponho-me a perguntar:
Será que as borboletas lembram que já foram uma lagarta?
Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?
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