segunda-feira, 9 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Sobrevoar no Festival de Blumenau
sábado, 26 de junho de 2010
Comentário de Flávio Jacobsen
Vezes que sou Dorian Gray, vezes seu retrato. Fato que o tempo passa. Um sorriso me sai quando sou o retrato, que envelhece enquanto o homem permanece intocável.
Sábado fui assistir à Cia. Do Abração, lá no Jardim Social, em um barracão que dá vontade de tirar férias e ficar lá dentro, semanas inteiras, lendo e pesquisando.
Grupo de processo, essas coisas. Ai que medo. Texto coletivo, ai meu deus. Coisas que temo. Infantil, ai meu deus de novo. Coisa séria. Fiquei pensando que: será que eles fazem aqueles exercícios do tipo “agora sou uma árvore”? Já participei de tudo isso nos tempos de Lua Nova, do mestre Laerte Ortega. O teatro para a vida, alguns. A vida para o teatro, outros. Fato que ninguém sai o mesmo depois de um processo.
Comigo tudo se deu em um momento difícil da vida, como se ter 18 anos já não fosse por si só uma coisa de dar medo. As cobranças, atitude, postura política, descobertas estéticas, morais, sexuais. No processo que passei, tendo como pano de fundo um espetáculo simplesmente genial em que uma noite de circo fazia vir abaixo toda uma lona, em metáfora que faz referência às estruturas que temos todos, por nos sustentar. Todo circo é sustentado por apenas uma pilastra. Ela vindo abaixo, tudo cai. “O mundo é um ovo. Quem quiser nascer, tem que destruir um mundo” (Hermann Hesse). Naquele espetáculo, Padu, carrasco e dono do circo, vê-se ante um motim, em que todos os artistas em que pisava e humilhava se revoltam, numa noite de espetáculo, destruindo tudo. A lição que fica é que cada um sai dali montando seu próprio circo, adiante. Outra coisa curiosa é que tudo isso aconteceu também dentro do grupo, imitando a história que encenávamos. Arte que imita a vida, e vice versa. Segui meu caminho e estou aqui olhando para meu próprio retrato que envelhece, feito um Dorian Gray.
Enfim, já fiz processo, sei como é. O único problema que tenho com este tipo de grupo é que via de regra o “produto” final, o resultado do processo, ou seja, o espetáculo, é uma grande merda.
Não para minha surpresa, dado que sou muito chegado de algumas pessoas ligadas ao Abração, o espetáculo de sábado foi maravilhoso.
Sobrevoar, a peça, texto de criação coletiva (ai meu deus), trata da vida de Alberto Santos Dumont, personagem pelo qual sempre tive grande fascínio. O ponto de vista é o sonho. O alvo, a criança. Inventor, o jovem Alberto “do mundo” sonhava desde novo realizar o velho sonho (quantas vezes terei de escrever esta palavra?) do homem voar. O espetáculo, para quem não conhece a vida do pai da aviação, serve de fato apenas às crianças. O que não restringe, ao contrário, diverte. A montagem é fascinante, com música primorosa, cenário inteligente e atuações de arrepiar.
Já para quem como eu conhece a vida e a história de Santos Dumont, o fascínio se duplica, algo que me levou às lágrimas. A bela passagem em que escreve a carta para a mãe. As decepções com os seguidos fracassos de suas tentativas. O chapeu como elemento de troca muito dinâmico (o chapeu foi também um acidente, lembrando), entre outros “truques” de montagem que são muito bacanas. Me tocou muito especialmente a magnífica metáfora com o personagem da lagarta. Algo como o gato de Alice.
Pra mim, a lagarta soa como o próprio Brasil. Gigante, imaturo, mas que tem por destino o inevitável, tornar-se borboleta e alçar voo. Ninguém segura este país. Nada pode parar o inevitável. Além, ainda vejo na lagarta a figura da princesa Isabel, exilada em França, num belo palácio, em cujos jardins Dumont caiu com um de seus inventos. Lá foi prontamente atendido, trocou sua gravata vermelha pra não ofender à princesa com sua preferência republicana (os homens daquela época tratavam as mulheres bem, isso é incrível). Assim fez nascer grande amizade e recebeu uma medalhinha de são Bento como presente e amuleto de proteção.
A peça tem uma estética steampunk em seu vestuário, o que torna tudo muito mais divertido e afeito ao período retratado. Aqueles homens incríveis e suas máquinas maravilhosas. Tente imaginar o período. A belle epoque, a era vitoriana, o fin de siécle, chamem como quiser. Aquele bando de loucos, homens que inventaram o mundo em que vivemos hoje. Trens, lâmpadas, carros, navios a vapor, relógios de pulso e, por que não, uma máquina de voar. Nada será como antes. Incrível.
O enredo dá como destino final o espaço sideral (salvo engano, Dumont morreu no mesmo dia em que décadas depois o homem pisaria a lua), deixando no ar (no ar!) a ideia de que nada é impossível. Tudo que hoje é real um dia já foi sonho. Deixa pra lá. A esta altura meu retrato de Dorian já escorria em lágrimas.
Saímos um pouco depois, com a moça do elenco a quem tenho apreço imensurável, e o amigo/irmão que me acompanhava, e ainda uns amigos dela. Agradável é pouco para descrever o momento e as conversas divertidas. Em tempo: a moça está pronta. Ela sabe.
Na mesma noite, ainda, fui a uma festa me despedir de uma amiga querida que pegaria um, vejam só, veículo mais pesado que o ar, rumo ao outro lado do Atlântico, dias depois. Isso é mesmo incrível.
...
Postado por Flávio Jacobsen às 14:21 no blogg: quebraderafc.blogspot.com
sábado, 19 de junho de 2010
A Coragem me faz voar!
HOJE TEM SOBREVOAR.
A semana passada nós da Cia do Abração estreamos o espetáculo “SobreVoar”, e agora para fazê-lo da melhor maneira possível, já começamos a trabalhar na obra. Ver vídeo, avaliar cenas, entender melhor o que estamos dizendo, aperfeiçoar a técnica, enfim... Nesse trabalho de aprimoramento do espetáculo eu me peguei durante toda essa semana pensando em um dos momentos do espetáculo que particularmente é de extrema profundidade para mim.
O trecho do espetáculo diz:
ALBERTINHO- Porque quando a gente cai, o mais difícil não levantar, o mais difícil é não ter medo de cair dinovo.
CORAGEM: Até os mais corajosos sentem medo. Vamos menino enfrente o perigo, não de seu tempo ao medo, e sim aos seus sonhos. Acima de toda tempestade, existe um céu imenso a navegar. Vamos continue...
Falar de coragem tem feito um sentido tão grande na minha vida, me deparo com pessoas tão especiais, tão talentosas e tão sem coragem. O que significa de fato essa palavra, além de um adjetivo usado com freqüência pelos super-heróis?
Definição segundo dicionário Michaelis:
co. ra.gem:
sf. (fr. ant. corage) 1 Força ou energia moral ante o perigo; ânimo, bravura, denodo, firmeza, intrepidez, ousadia. 2Constância, perseverança: Sofrer com coragem. 3 Desembaraço, franqueza, resolução. Antônimo: covardia, medo.
Encontrei essa poesia na internet, fala muito sobre a coragem que nós falamos no espetáculo.
Voa...
Nada te impedirá de voar...
Desprendido de teus fardos materiais
nem de asas precisarás.
Conquista os céus, os mares, as montanhas,
verbaliza o grito reprimido nas entranhas...
Não há mais chãos nem pedras pra te machucar,
nem mesmo correntes rangentes de amores banais.
Fronteiras hão de te deixar passar.
Voa...
Deixa o vento te levar...
Desvenda a beleza das cores que habita os arco-íris,
ouve, dos campos em flores, a poesia a declamar
a essência que se faz chama para inflamar
o frêmito de tua alma...
Revela os mistérios das profundezas dos oceanos
onde a vida silenciosa se movimenta
num tributo à paz...
Voa...
Desbrava o infinito... Sinta-se perdido
diante do belo...
Estabelece com ele um elo.
Batiza-te na prata lunar...
Derrama tua alma nua sobre as estrelas puras,
exala o brilho que sai dos poros teus
e num vôo descomunal e único,
agenda teu encontro com Deus.
Carmen Lúcia
segunda-feira, 14 de junho de 2010
SOBRE A ESTRÉIA

Bom no ultimo sábado 12 de Junho estreamos o espetáculo “Sobrevoar” aqui na sede da Cia do Abração, não faltou ansiedade, nervosismo, dores de barriga e tudo aquilo que acompanha toda estréia. Eu particularmente até terminar o espetáculo podia jurar que estava calmo, que tudo estava correndo bem, depois a gente descobre que estava acelerado demais, que errou umas coisinhas, que faltaram outras.
Mas no geral, foi LINDO! Falo por mim e pelas pessoas queridas presentes na estréia para assistir o espetáculo e sobrevoaram junto com a gente nesse novo sonho realizado pela Cia do Abração. Um espetáculo diferente, que é para criança sim!Que é para adulto sim! É acima de tudo para todas as pessoas que sonham! Que sentem saudade, medo, para todas as pessoas que querem voar.
Foi uma experiência muito boa participar desse processo desde a criação dramatúrgica onde descobrimos muito sobre a história que queríamos contar, poder viver essa experiência de fazer dos vôos de Santos Dumont uma busca pelos meus sonhos, pelos meus desejos, descobrir o que me faz voar, o que me faz cair, foi maravilhoso. Dividir os sonhos dos meus colegas de grupo, a busca de cada um para fortificar cada vez mais seu personagem.
Bom agora o sonho está ai, é hora de alimentá-lo de educá-lo para que ele cresça e torne cada vez mais possível fazer outras pessoas sonharem o nosso sonho. Fica o nosso convite á todos que queiram participar desse vôo, ficamos em cartaz até o dia 08 de agosto todos os sábados ás 18 horas e aos domingos ás 16 horas.
Aproveito a oportunidade para agradecer nossos apoiadores que nos possibilitaram fazer uma estréia mais do que especial.
Eduardo (Padaria América)
François (Delicies de France)
Jesus (Cini bebidas)
Alexandre (Barion Cia)
MUITO OBRIGADO
sábado, 29 de maio de 2010
ESTRÉIA SOBREVOAR

sábado, 8 de maio de 2010
Sobrevoando...
Estamos um tempo sem dar noticias sobre o processo do “Sobrevoar” né galera! Então vou deixar por aqui alguns comentários sobre essas últimas semanas do processo. Após terminamos a parte de criação da dramaturgia, começamos a nos dedicar na pesquisa dos personagens, na composição desses seres mágicos que vivem embaixo da cama e junto dos sonhos do menino Albertinho e é claro na Lagarta, que nesses últimos dias ganhou certo status, particularmente por mim certa afetação. Nesse processo de pesquisa onde é necessário repetir, repetir, repetir... Letícia nos lembra a importância e o cuidado de não congelar aquilo que estávamos fazendo desde o inicio do processo, para não perdermos a possibilidade de descobrir novas formas. Brilhante! Pegar o texto, olhar para ele e sentir qual a melhor forma de fazer aquilo foi maravilhoso, ver o quanto de cada um existe nesse processo, o que queríamos falar quando criamos essa ou aquela cena e qual a melhor forma de fazer isso. Se jogar profundamente dentro desse espetáculo que a cada dia ganha um novo brilho, uma nova força alça um novo vôo me faz apaixonar a cada instante e é isso que supera cansaço, mal-humor, preguiça, é entrar no ambiente sagrado onde todos os objetos que estamos utilizando na pesquisa desde o inicio estão dispostos para que eu crie um novo corpo, uma nova visão, amplie os sentidos e me entregue ao momento. Quero deixar um agradecimento especial a todos que vem participando do processo dessa obra, me sinto emocionado quando vejo tantas pessoas importantes pensando, pesquisando dando novas ferramentas para que Sobrevoar seja uma linda obra da Cia do Abração. Ao Renato Perré que essa semana nos dedicou seu tempo para dividir sua experiência como bonequeiro, e fez com que as cenas da Lagarta recebessem novas ferramentas e mais uma vez a Obra crescesse, saltasse, voasse. Aos meus amigos, irmãos, companheiros de grupo aquele agradecimento especial por tudo que venho aprendendo, crescendo, entendendo... Muito Obrigado e aquele Abraço. VOALÁ
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Notícias:Começo da gravação!
Hoje dividi essa idéia com outras pessoas que também tem um mundo de sons na cabeça, e nós gravamos algumas delas. É muito bom, partilhar música, só espero que elas sirvam para as cenas...hehehe.
Nesse primeiro dia nós gravamos a música para o prólogo e para as primeiras cenas, e é claro o rock! Não vejo a hora de botar pra fora as outras idéias q não páram de tocar nos meus neurônios! Quinta a gente vai gravar mais algumas e também trabalhar na mixagem. Quero agradecer ao grupo do qual faço parte o Pangea Musical,ao Bonin e ao meu professor Caio Nocklo, sem a camaradagem deles minhas idéias continuariam na minha cabeça. Passarinhos calmate,logo eu mostro elas pro ces!
Beijos!!!
domingo, 25 de abril de 2010
"SOMbreVoar"
Bom passarinhos vocês estão fazendo um ótimo trabalho e me inspirando muito!
Obrigada!
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Nota Informativa: Dumont um Aeronauta!

segunda-feira, 29 de março de 2010
SEJA AUDACIOSO: NUNCA DEIXE DE VOAR!!!
quarta-feira, 24 de março de 2010
Passageiros de um Sonho
Contato Imediato (Arnaldo Antunes)
Peço por favor
Se alguém de longe me escutar
Que venha aqui pra me buscar
Me leve para passear
No seu disco voador
Como um enorme carrossel
Atravessando o azul do céu
Até pousar no meu quintal
Se o pensamento duvidar
Todos os meus poros vão dizer
Estou pronto para embarcar
Sem me preocupar e sem temer
Vem me levar
Para um lugar
Longe daqui
Livre para navegar
No espaço sideral
Porque sei que sou
Semelhante de você
Diferente de você
Passageiro de você
À espera de você
No seu balão de são joão
Que caia bem na minha mão
Ou numa pipa de papel
Me leve para além do céu
Se o coração disparar
Quando eu levantar os pés do chão
A imensidão vai me abraçar
E acalmar a minha pulsação
Longe de mim
Solto no ar
Dentro do amor
Livre para navegar
Indo para onde for
O seu disco voador
Bom fica nosso convite para essa viagem, mas eu pergunto:
Para onde vamos?
Felipe Custódio
PRIMEIRO CONTATO
Me pego a recordar como meus projetos, minhas invenções
Trouxeram outras idéias que compartilhei com outras nações
Conto a vocês talvez em forma de metáfora meu destino
Que antes nunca tinha percebido
Sobre a DÚVIDA criei o impossível
Fiz o homem voar no impulso de meu sentido
Sentido este que me faz aterrissar quando penso que as barreiras qualquer um pode ultrapassar.
Pois bem, este sentido parece meio complicado
Algo criado por um cientista, algo friamente calculado
Porém, eu diria que seria mais simples, algo mais leve
Como um sopro quente e breve
De uma brisa que as nuvens carregam
E as dores do SILÊNCIO levam
Eu me lembro muito bem
Numa tarde SILENCIOSA como qualquer outra
Cortado pelo zumbido de uma senhora bem louca
Era pequena, rápida, esguia e bela
Apresento a você sua alteza: LIBÉLULA
Talvez aquela tarde não teria sido tão diferente
Se não fosse aquelas lindas borboletas
Ao posar nas cheirosas violetas
Chamando atenção minha e de vossa alteza...
A leveza e a velocidade das borboletas
Formando desenhos intricados de rara beleza
Trouxeram felicidade a sua alteza
Porém ficou triste ao perceber
Que maltratavam um pequeno ser
Que lutava para ver o céu entre as folhagens da relva
Só para ver o céu mais de perto, talvez sair daquela selva...
- Porque queres voar pequenina?
Se é um pequeno inseto sem serventia?
Falou uma das borboletas
Quieta analisou-as, olhou novamente para o céu azulado
E decidiu que a elas iria dar o trocado
- Um dia inventarei asas pra voar
Elas não perdem por esperar...
Ali observando aquelas palavras fiquei sentado
Vendo aquela situação preferi não interferi e ficar calado
O pequeno ser era uma lagarta miúda verde e sem graça
Que a todos servia de piada.
Achava que os pássaros, as borboletas eram símbolo de LIBERDADE
E decidiu inventar asas para desvendar tal verdade...
- Como começar? Como fazer-me voar?
Indagou-se a pequena lagarta faceira
- Acho que vou começar com as folhas de bananeira
No qual sei que vão funcionar!
E vi a tentativa frustrada do pequeno a saltar!
E lá estava a ela no chão a esborrachar...
Neste momento quando todos riam de sua tentativa
Só pensava que poderia ter outra idéia noutro dia, e noutro dia...
Até que um dia pudesse a aposta conseguir.
Acompanhei todas as suas tentativas de abrir asas e sair
E num dia igual a este quando fui vê-la
Estava ela com um pequeno balão de teia
Feita pela dona Aranhia e suas amigas....
Ela estava voando, na altura dos pássaros
Acima das borboletas ao lado de sua alteza
LIBÉLULA também conhecida como princesa
Das águas e dos ares do reino das realezas...
Entendi sua alegria por todos aqueles olhares
De inveja, ou repreensão por ver que a lagartinha
Finalmente voar conseguiria...
Mas quando estava a pairar sobre as arvores
Sentiu uma dor estranha naquela tarde
E decidiu seu balão pousar...
Recolheu-se para sua casa, seu casulo
E de lá não quis voltar...
As borboletas, os pássaros e sua Alteza
Ficaram intrigados por tal estranheza
E decidiram visitar a lagarta para ver se a ela algo melhorava...
Nada mudou por semanas e eu fiquei ali tentado entender
O que estava acontecendo com aquele pequeno ser...
Num dia quando voltei da escola, voltei correndo pra ver
Se algo mudara naquele pequeno ser...
E sim....Havia uma grande festa pois surgira no meio da floresta
A borboleta mais linda que todos já tinham visto falar
Mas não pude acreditar que esta seria aquela pequena lagartinha a se transformar...
E neste momento de festa ponho-me a perguntar:
Será que as borboletas lembram que já foram uma lagarta?
Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?
domingo, 21 de março de 2010
Sonhos e Metas
Tem sido um balsamo recordar dessa fase doce de minha vida. Por muito tempo me senti alijada da infância.
Ontem coincidentemente, na casa de uma amiga, me deparei com um texto de Roberta Faria – Editora chefe da revista Sorria, falando exatamente desse assunto e que transcrevo um trecho aqui na ânsia de compartilhar sua delicadeza e importância para o trabalho que estamos desenvolvendo em busca de sentido verdadeiro, sentido que emprestamos a partir de nossos experiências vividas, agregando a obra de arte uma importância única. Assim:
“Um dia, a idéia apareceu, e pronto: De repente, eu soube que, se escavasse um buraco bem fundo na areia do parquinho, iria encontrar água. Não essa de poça: água azul-clarinha, transparente, como de piscina, cheia de flores e peixes coloridos. Então, mergulharia no buraco. Nadando entre os cavalos marinhos, chegaria ao lago. Lá o arco-íris do céu nunca sumia, a água clarinha da cachoeira caia sem machucar, podia ir na roda gigante e comer cachorro quente até cansar. Mais ninguém morava ali, só os unicórnios. Tinha certeza absoluta de que este lugar era real. Podia descrevê-lo em detalhes, sentir seus cheiros, cores e sons. Em todos os meus recreios dos meus 6 anos me punha a cavar. Imaginar é o maior dos superpoderes. Se não dá vida aos sonhos, ao menos nos deixa mais perto das vidas que sonhamos ter. E faz tudo ser possível outra vez”.
Sinto falta de verdades inquestionáveis assim. De tanto nos dizerem que não dá, não pode, não existe, desaprendemos a imaginar o impossível. Passamos a duvidar dos sonhos. Retornar e essas lembranças fortalece minha crença nos sonhos. E sonhos compartilhados, sabemos, são ainda mais poderosos.
Como meta coreográfica, me coloco o desafio de trabalhar, utilizando como suporte também para a preparação física, a técnica do bale clássico, vislumbrando muitos deslocamentos espaciais leves, giros, saltos e conduções corporais em duplas, trios ou quartetos, sempre com muita delicadeza, agilidade e destreza próprias da dança clássica que possam contribuir/colocar-se a serviço de contar uma história. Tarefa que pretendo desenvolver buscando comunicação, beleza, magia e brincadeira. Será que eu consigo? Baita desafio! Ufa, não estou sozinha, trabalharemos juntos!
Também trabalhando na busca de aproveitar o potencial de cada ator, a partir do material que iremos levantar através do ensaios, pretendo juntar a técnica perfeita do bale clássico acompanhada do sonho de toda criança de voar nas pontas dos pés, a mágica proposta através da criação de personagens/corpos imaginários, que possam nos conduzir à criança de cada um de nós e assim, através dessa cumplicidade, despertar a curiosidade e o interesse das crianças com as quais iremos compartilhar esta história.
A preparação física irá exigir dos atores interesse e dedicação para que eles possam, através da assimilação da técnica, aliada a criação corporal e coreográfica, aproveitar o material treinado/criado inserindo-o em seus improvisos de cenas. Os atores poderão ainda aproveitar esse repertório de movimentos como ponto de partida para a construção desses seres mágicos que saem debaixo da cama do quarto de Albertinho. Será esse o início de tudo ?!?!
quinta-feira, 18 de março de 2010
Inventadas Num Papel
Numa folha de papel nasce um sonho intrigante
Um sonho de voar através das nuvens, através dos horizontes.
Um sonho que poderá ser de tantos, de tantos Santos,
De Santos Dumont.
Pipas, balões, dirigíveis e aviões: a liberdade de viver
Um sonho antes “impossível” afirmou - Voar como os pássaros no ar - como tantos, de tantos Sonhos,
De Sonhos Dumont.
Seres encantados, catalogados e numerados foram esboçados
A partir da observação da natureza e dos livros de Verne nunca abandonados
Que na infância serviram de motivação para concretização de tantos, de tantos Planos,
De Planos Dumont.
A magia da imaginação trouxe a confiança que transformou o medo de errar
Na coragem de um jovem que lutou com esperança mesmo após falhar
E para que a falha nunca fosse um obstáculo ousou na vida como tantos, de tantos Loucos
De Loucos Dumont.
Viajar num balão, num dirigível ou num avião é encurtar distancias
Também é transportar pessoas, culturas de todas as idades com suas importâncias
É acreditar na força de quando se compartilha sonhar é encantar a tantos, de tantos Cantos,
De Cantos Dumont.
Mas mesmo com a cabeça nas nuvens a pairar
Seus pés estavam sempre no chão a enraizar
Porque sua fé aliada com a vontade de superar despertou em tantos um Santos Dumont...
E estes tantos transformaram o mito da Aviação no símbolo que encantou gerações
Gerações inspiradas a inventar SONHOS, PLANOS LOUCOS DE TODOS OS CANTOS de todas as nações.
Mas em especial Curitiba, num lugarzinho no meio de tantos outros no mapa
Abriga a Cia. do Abração que em sua história encontra e quer encontrar TANTOS, TANTOS ARTISTAS
COMO ARTISTAS SANTOS DUMONT.
Por Aline (NEGRA) Silva
quarta-feira, 17 de março de 2010
A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA, O PRIMEIRO VÔO...
"O sonhador tem sempre uma nuvem a transformar. A nuvem nos ajuda a sonhar a transformação."
Gaston Bachelard